sábado, 16 de fevereiro de 2013

Pragas



Não conheci meu bisavô materno, mas sei que costumava dizer: “as pessoas se dividem entre burros de carga e carga de burros”. Outro dia vi um quadrinho assim: “quem não trabalha, dá trabalho”, e foi o que me remeteu à lembrança da frase dele. Acho que a humanidade foi ficando mais diversificada, mas li outro dia na rede: “não adianta ensinar a quem está determinado a não aprender”. Ah, as vontades...e as frases anônimas que registramos, algumas mais reflexivas, algumas bem simples, mesmo assim cheias de sabedoria, porque a sabedoria popular pode até ser simplória muitas vezes, mas vem da realidade, da vida, e não de atitude, por isso encontra eco e explica muita coisa que nos intriga.
Por vários anos, escrevi muito por aqui. Faz tempo que não escrevo quase. As ideias até vêm, mas a memória deixa ir... Para se comunicar é preciso ter vontade, ou ter isso como ofício e obrigação, e em ambos os casos, seria ideal haver sempre alguma serventia no que se quer dizer.
Trabalhei tanto tempo com televisão que não posso deixar de analisar o meio em que vivi, e de que vivi, e - sem deixar de considerar as honrosas exceções de praxe - vejo o veículo justamente como o túmulo da comunicação, porque a televisão está mais para autoritária do que para interativa, por mais que se anuncie assim, mas muito pelo contrário, faz as pessoas passivas, e mais grave, hipnotisa e aprisiona os telespectadores, sem deixar tempo para praticarem o saudável exercício de pensar, ao contrário da leitura. É um veículo que só redime sua existência quando presta informação necessária e de qualidade, mesmo assim deveria ficar um tempo em silêncio para nos deixar refletir...mas longe de mim querer voltar à comunicação com tambores, desinventando o que consideram ser mais sensacional que a roda, ou ficar aqui sugerindo o impossível, e até risível, de tão ingênuo...melhor deixar para quem quiser a análise desse veículo, não é no que penso nesse exato momento. Na verdade, sempre que ligo o seu botão, o pensamento viaja em outra direção, e acabo desligando. A última vez que fiz isso, uma astróloga falava de signos, e mesmo não sabendo bem o que há de ciência nisso, adoro acreditar nos astros, e ao ouvir que a marca dos aquarianos é o apreço pela liberdade, e sua necessidade de espaço, inclusive físico, e apesar de sociável, tem um espaço seu quase intransponível, sei que ela poderia estar falando de metade da humanidade, mas achei que era comigo mesmo, fiquei satisfeita e desliguei.
Já a internet é bem interativa, e fica ainda mais evidente por aqui a importância da educação e de uma escolaridade básica.
Fui cuidar do meu micro-jardim. Ali, observo que qualquer bichinho que fica parado, vem um predador e acaba com ele. Mas o que fazem as minhocas, e aqui tem muitas, que não acabam com as lesmas? Bom, elas cuidam da terra, e a terra é muito mais importante, é básica e fundamental para as flores, os frutos, tudo que as lesmas estragam um pouco mas felizmente não conseguem exterminar. Insetos e invertebrados sempre existiram, e se não fazem parte da cadeia alimentar, estão entre as sete pragas do Egito, que eu acho que devem estar mais para dezessete, ou setenta, não importa, assim caminha a humanidade, viver é se mover, e nos seres racionais, caminhar para frente, se aprimorar, evoluir. Se não, vira praga!