sexta-feira, 3 de abril de 2009

Bandeira


Fotografei essa bandeira no Museu Histórico. A bandeira da Inglaterra, se não me engano, foi a primeira a virar toalha e biquini. Vivemos tempos, e não faz tanto tempo assim, em que isso por aqui era impensado, de tão proibido. O símbolo nacional deveria ser respeitado e reverenciado a qualquer custo, mesmo que a vida humana não fosse, isso era mero detalhe. Talvez por conta dessa lembrança recente tenhamos um certo pudor com qualquer atitude patriótica, qualquer sentimento de orgulho que envolva o nosso país. Fora dele, no entanto, é absolutamente comum ver brasileiros querendo ser identificados como tal, com bandeiras, bonés, especialmente em eventos esportivos. Somos terrivelmente críticos numa direção estranha. Já eu, prefiro as pessoas aos países, e me interessa mais a cultura do que os símbolos patrióticos porque através delas você conhece e entende os sentimentos humanos. Mas depois de morar fora e ter inveja do patriotismo alheio, de olho comprido com um sentimento de orgulho que eles tinham mas que eu achava que eu não podia ter pelo meus país, concluí que a culpa era minha, e que esse sentimento não se choca com espírito crítico e com o desejo de viver num país mais justo. Nada a ver com conformismo ou tolerância. Só um ligeiro espírito de torcida. Talvez eu não escolhesse essas cores, mas são cores fortes: hoje, acordei em paz com a minha bandeira. Afinal, um país é um conjunto de tudo, sua gente, sua cultura, suas crenças e esperanças, e a bandeira é o símbolo de tudo isso. Quem conseguir fazer com que o povo se sinta um pouco mais em casa dentro da sua própria casa, talvez faça mais por ele até do que subindo os índices econômicos de que os jornais tanto tratam (queremos e merecemos os dois!). Querer mais e melhor não significa não poder festejar o que se tem, pelo contrário, eu penso: se você gosta, e gosta de verdade, quer mais, e melhor. Acho que já escrevi aqui que alegria é destino e é determinação – prefiro sempre o caminho mais alegre e esperançoso, e menos rancoroso. Devo ter sido mesmo feliz em alguma encarnação.

2 comentários:

Selma Boiron disse...

Olha....não sei...mas a tirar pelo seu blog vc não me parece nd diferente de feliz...Pelo menos é sempre assim q saio daqui...:)abçs

vanda viveiros de castro disse...

Não poderia receber comentário melhor, Selma!
Não sei mesmo dizer se sou feliz ou não, sei que tento, e tentar, se não traz felicidade, traz no mínimo a ilusão de estar a caminho... beijos, querida blogueira!