sábado, 30 de maio de 2009

O grou


Pedi e ganhei no Dia das Mães um livro de contos japoneses lançado há um tempo, que minha filha foi encontrar numa livraria de crianças, era um livro infanto-juvenil, nem eu nem ela esperávamos uma leitura tão ligeira, mas era o presente que eu queria.
Às vezes lamento nunca ter dado muita bola para o Dia das Mães, mesmo com a devida aprovação da minha mãe, pelo comércio que envolve a data e pela tristeza que comemorações assim trazem para quem não pode comemorar, por falta de dinheiro ou de mãe.
Hoje, revista e atualizada, prefiro confraternizar a qualquer pretexto. Presente e filha são sinônimos, mãe deve ser um pouco também, culpa e tristeza é que merecem nossa dispensa. Mesmo sem minha aprovação, a data existe, o comércio gera empregos, e espero homenagear minha filha quando um dia ela for mãe.

No primeiro conto, a primeira surpresa: quem tem idade suficiente vai se lembrar do velho pescador Urashima Taro, nosso conhecido dos anúncios da Varig. No conto popular, ele realmente salvou uma tartaruga, que o levou numa viagem a um reino encantado no fundo do mar. Mas surpresa maior foi descobrir que os contos, populares e infantis, são tão dramáticos quanto um acidente aéreo. Tratam invariavelmente de uma vida muito dura, de uma impossibilidade, uma perda irreparável, um caminho sem volta.

O quinto conto - O grou - não foge à regra. Eu fui, mas não é preciso ir ao Japão para perceber como a geografia e uma vida sujeita a tantas intempéries é determinante na cultura de um povo. A religião também cumpre o seu papel. Para o xintoísmo, todos os elementos na natureza são divinos, não apenas os seres vivos, mas o vento, a água, as pedras, a montanha. Essa fusão entre os reinos naturais, um pouco estranha para nós, é muito presente lá, e eu acho que ela altera até as noções de preservação e destruição, que são tão contrastantes entre os japoneses.

Na minha segunda visita, a maior alegria que tive foi ver um único grou numa praia deserta, na ilha de Hokkaido. Os outros já tinham partido para as longas viagens que fazem. Só a paisagem já era poesia pura, e ficou mais misteriosa depois do conto. As asas dos aviões trazem o Oriente mais para perto, mas ele continua tão diferente quanto atraente.

Novos tempos


Estou mudada, e não é pouca mudança. Acostumada a ter opinião, e a expressá-la, de repente, do fundo da alma, resolvi guardá-las todas. Não que eu pretenda pensar diferente, mas ando mesmo empenhada em me desincumbir. E a ouvir. Como os japoneses, que quando balançam a cabeça e dizem "né", não estão concordando, estão apenas ouvindo. Aprendi que as pessoas ouvem cada vez mais apenas o que querem, e em vez de considerar a sua opinião divergente, tendem a procurar uma patologia onde possam te encaixar. E daí para a segregação, pode ser um passo. Na verdade, cada um ouve como pode e escolhe ouvir.
Hoje percebi que nem mais com o jornal me desentendo. E olha que eles não mudaram! O que acontece de sério e grave à minha volta não tem nenhuma graça, mas passei a achar graça neles quando leio. Zen. Mesmo nas manchetes difíceis para minha humilde compreensão.
Essa é uma das onze manchetes da primeira página, nenhuma delas positiva:
“Dólar fecha a R$1,97 e no ano perde 15%.” É perda ou é ganho?
Se vivemos em reais, não é bom que o dólar caia? Bom, eu não sou economista. Fui para a chamada do caderno feminino:
“Homens baixinhos e sequinhos viram moda e são novo objeto de desejo.” Achei engraçado pra caramba. Fui me informar melhor lá dentro: li que “o corpo masculino fica magro, mais seco e mais econômico, como exige a estética do futuro. O baixinho está na moda. Para os compactos, eles são a evolução da espécie: consomem pouco e não ocupam espaço.” Matéria de capa do caderno, e quase duas páginas! Será a vingança das gordinhas em marcha? Os de mais de um metro e setenta devem cortar um pedaço da canela ou os pulsos? A matéria não é humorística, é uma análise de novas tendências.
Se os homens usassem sutiã, acho que seria o caso de queimar agora. Se isso não é tratar homem como objeto, eu não sei ler. Gostaria que fosse para sempre, mas não sei por quanto tempo vou conseguir ser zen.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

“Genocídio cultural”, na expressão de Pasolini


A educação e os comics: instantâneos brasileiros

As escolas públicas de São Paulo adotaram histórias em quadrinhos com conotação sexual, no ensino de crianças entre 8 e 9 anos. A escolha não foi circunstancial, pois expressa o núcleo da ideologia contemporânea, que considera que “a verdadeira cultura é inacessível à grande massa”.

Olgária Mattos

A imprensa divulgou a notícia de que as escolas públicas de São Paulo, a fim de “estimular a leitura e a escrita” no aprendizado da língua portuguesa, haviam adotado, para crianças entre oito e nove anos, histórias em quadrinhos. A publicação foi considerada imprópria por conter palavrões que, como se sabe, portam conotação sexual. Considere-se, também, além do estilo do desenho, a dificuldade de leitura de seus balões, que se deve ao traçado das letras, desenho e letras plenamente adequados ao gênero.

Assim, a questão não é a história em quadrinho, mas a adoção, pelas escolas, de uma expressão literária de distração “para adolescentes e adultos”, uma vez que a árdua tarefa da educação é introduzir a criança no universo do conhecimento, formando-lhe a sensibilidade e o pensamento, para que ela possa apropriar-se, progressivamente, de um repertório mais amplo e diverso daquele de que dispõe por sua inserção social e pela cultura de massa.

Confundindo educação e entretenimento, cedendo à adaptação da escola ao gosto das mídias, esta escolha não foi circunstancial, pois expressa o núcleo da ideologia contemporânea, que considera que “a verdadeira cultura é inacessível à grande massa”. Adorno escrevia nos anos 1940 que a mídia determinou uma cisão entre “cultura de elite” e “ cultura popular”, protagonizando a cultura média midática, que difunde um conhecimento medíocre para a grande massa. Para ele, a indústria cultural seria, então, produzida “para os ignorantes”. Em seguida, seria levada a cabo “pelos ignorantes”, por equipes técnicas que não estabelecem nenhum contato ou contato apenas episódico com o mundo da cultura. Acrescente-se o ideário de que a dificuldade em alfabetizar, bem como em despertar interesse pelos saberes escolares, devem-se ao pressuposto de a escola não estar adaptada ao universo do “ educando”. Na verdade, talvez a crise esteja em a escola ter-se adaptado à carência do status quo , que corresponde à indigência das próprias elites educacionais.

Em sua obra "A revolução da escrita e suas conseqüências culturais na Grécia Antiga" , Havelock indica a maneira pela qual o advento da educação formal e o ensino da gramática foram de grande eficácia, pois qualquer sistema de escrita que reproduzisse apenas a língua falada estaria sujeito a flutuações e variâncias que acabariam por comprometer sua função social de comunicação e clareza, e por isso exigia um alto grau de convenção. Também Adorno em suas "Minima Moralia" alertava para as dificuldades das relações humanas na sociedade industrial produtivista,uma vez que esta se encontra sob o domínio da razão instrumental, movida pelo culto da eficiência e dos resultados, por um lado, pelas razões econômicas, de outro. Na educação, trata-se, antes da pergunta sobre o que ensinar e seus métodos, de refletir sobre o “tipo de indivíduo que se procura formar com a educação.” Por visar o indivíduo compassivo com seus próximos e solidário na sociedade, a educação não se pautava pelas necessidades do mercado. Valia-se, pois, no ensino da língua, de narrativas exemplares em que a elaboração literária era essencial. Por isso,associava-se o ético ao prazer estético.

A adaptação da escola ao social é comandada pelo fetiche da facilidade que comanda, por sua vez, as transformações dos programas educacionais, definindo comportamentos intelectuais. Esta mutação do caráter civilizacional da educação escolar não é acontecimento isolado de São Paulo, mas se expande por todo o sistema de ensino. Que se pense na indústria dos livros para-didáticos e sua discutível qualidade, recomendados em estabelecimentos de ensino.

Desde suas origens gregas, a educação formal visava desenvolver saberes e habilidades a fim de reunir escola e vida. Diversamente daquelas aptidões que se aprendem sem necessidade de instrução, pela experiência e pelo hábito, a escola foi o lugar de adoção de uma identidade coletiva com valores e conhecimentos comuns e compartilhados. Lembre-se que “aluno”, em francês, se diz “ élève”, porque a educação eleva a criança e sublima o povo.

Independentemente de sua utilização, o fato de este material ter sido cogitado para as escolas públicas indica de que maneira o Estado produz intensivamente a exclusão, educando os mais pobres para permanecerem na pobreza.. Elitista, o Estado impede o acesso dos despossuídos à cultura formal, tornando-a privilégio de uma elite. “Genocídio cultural”, na expressão de Pasolini.

Olgária Mattos é filósofa, professora titular da Universidade de São Paulo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Só a mulher peca


Outro dia vi um filme daqueles que deixam o ar meio pesado, mesmo não se tratando de um drama. Era só a vida mesmo.
Clash by Night (Fritz Lang, 1952). O título em português? “Só a Mulher Peca”, que de tão impróprio só se explicaria com um objetivo únicamente apelativo, isso sim, um pecado.
Dependendo dos olhos e do momento, pode ser visto em várias camadas de profundidade, que os filmes eram bem mais densos que os de agora, em que a maioria é voltada para o público adolescente, sem que isso signifique preocupação com a sua formação. Mesmo assim, achei surpreendente ver contada uma história – de uma época em que os filmes não eram cabeça - que tratava de desejos que uma vida aparentemente bem resolvida não resolvia, infidelidade sem machismo, comportamento feminino desajustado, fora dos padrões e sem condenação (apenas no varejo). Nada de final surpreendente, final mais para vida real mesmo, mas o jeito de conduzir a história conta um belo ponto para o cinema americano, que aqui só era tido em alta conta por quem lotava os cinema e deixava a pretensão do lado de fora. A pretensão e os louros ficavam mesmo com o cinema francês na época da “geração Paissandu”, em que eu via todos os filmes mas entendia muito pouco – e não me divertia nada. Bom, pelo menos tínhamos a adolescência...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Perto, longe, mais perto


Desde que soube do fim dos tiroteios, por conta da saída dos traficantes do Morro Santa Marta, tive vontade de ir lá. Não chegaria a sugerir uma visita ao morro, deixo o olhar estrangeiro para os turistas e seus jipes, que sobem e descem a favela da Rocinha querendo conhecer uma realidade que, lá no fundo, talvez tenha suas raízes mais próximas deles do que possam imaginar.
Antes da invasão do tráfico, os morros eram territórios pobres, mas livres. Cheguei a subir alguns, como jornalista, sem nenhum aparato de segurança. E antes da remoção de algumas favelas da Zona Sul, tudo era muito perto, e a cidade não parecia tão partida assim, apesar da desigualdade econômica.
Eu não teria a mesma visão do jovem articulista do Jornal do Brasil, que escreveu o que reproduzo abaixo, mas gostei das informações e da sinceridade que ele passa.
Tenho ainda saudades do velho JB... um jornal que tinha de Drummond a Clarice Lispector em seus quadros, não deveria chegar ao estado em que se encontra.
Mesmo assim, pela diversidade, ainda revela algumas surpresas quando leio, aos domingos.
Voltando ao Morro, faltou aqui falar do muro. As comunidades têm medo de protestar contra eles e perder os benefícios que estão finalmente conseguindo.
Os muros nas favelas cariocas subirão em silêncio? Se é impossível demarcar e fiscalizar, de que adiantará um muro? Construirão, com ou sem muro, como fazem e farão em qualquer outro morro da cidade, com favela ou não. Sem nenhum apreço pela Mata Atlântica.
Lamento, mas esses muros não resistem a nenhum argumento.



O artigo é do Jornal do Brasil de 10/05/2009. As fotos fiz a partir do Morro do Corcovado - o ponto de vista é bem próximo.

SUBIR O SANTA MARTA, UM PROGRAMA LEGAL
Rio Acima - Marcelo Migliaccio -

O melhor programa no Rio atualmente não está em nenhum guia turístico, nem nos suplementos de jornais e revistas dedicados ao lazer. A boa é rumar para o bairro de Botafogo e dar um passeio até o alto do morro Santa Marta (Dona Marta é o nome da comunidade), onde agora dez mil pessoas vivem em paz depois de anos espremidas entre o jugo do crime organizado e a truculência policial.
Ocupado pela PM desde novembro, o Santa Marta virou uma pacata cidade do interior. O bondinho que sobe vagarosamente - e precisa de uma ventilação melhor, é verdade - revela a cada uma das cinco estações um Rio que os cariocas dos asfalto não conhecem.
Por enquanto, quem está aproveitando mais o novo point são os turistas estrangeiros, sempre destemidos e dispostos a conhecer muito mais do que indicam os folhetos dos hotéis e albergues. Os cariocas da gema, doutrinados pelo preconceito que impede alguns até mesmo de olhar para as favelas, desconhecem, por exemplo, que do alto do Santa Marta tem-se uma vista incrível da Lagoa Rodrigo de Freitas, com o mar de Ipanema ao fundo, assim como da Enseada de Botafogo e do Pão de Açúcar, cartões-postais que a violência dos fuzis e metralhadoras nos sonegou até recentemente. Agora sim, nesse clima de paz, o Cristo Redentor parece realmente abençoar aquela comunidade. Do alto do Santa Marta, a estátua é apreciada bem de frente, grande como nunca foi imaginada pelos que vivem ao nível do mar.
Há, no entanto, algo ainda melhor do que a vista: conversar com os moradores, gente trabalhadora com a qual topamos diariamente nos servindo nos bares e restaurantes, cuidando da limpeza dos prédios em que moramos e dos nossos locais de trabalho, varrendo as ruas. Pessoas que trabalham duro para que ali também haja até alguns universitários. Numa incursão ao Santa Marta, descobrimos que essas pessoas têm muito a nos contar, e estão ávidas por ouvir o que temos a dizer. Só ali podemos conhecê-las sem as barreiras sociais e econômicas que nos separam no dia a dia. Que as tornam invisíveis ao nosso olhar elitizado. O gueto agora pacificado prova que esse abismo entre nós e eles é mais que um pecado. E um desperdício.
Encontrei no bondinho (veículos não sobem, o que só reforça o clima interiorano) José Carlos e Elmira, casal recém chegado do Piauí. Hospedados temporariamente na casa de parentes, trouxeram a pequena Cíntia, de um ano, que carrega no brilho dos olhos toda a esperança da família. José Carlos não conseguia disfarçar a angústia de quem procura desesperadamente trabalho. Com mais sorte, Elmira já havia conseguido vaga de doméstica lá embaixo, mas o marido, forjado no machismo nordestino, parecia sentir-se ainda pior com o fato de ela ser momentaneamente a mantenedora.
- Vou conseguir um emprego também, se Deus quiser - dizia ele, mais para si mesmo e para a mulher do que para mim.
Também conheci o pedreiro Cleiton dos Santos, 17 anos, que abandonou os estudos aos 14, primeiro por preguiça e depois para trabalhar e ajudar a família. Ele trazia numa gaiola enferrujada um passarinho verde todo estropiado.
- É uma saíra, caiu do ninho, e eu peguei para cuidar - contava o rapaz, contemplando aquela frágil metáfora viva de uma gente ao mesmo tempo bela e sofrida.
Crianças soltando pipa, jogando bola de gude e futebol; mulheres conversando, churrascos na laje; famílias aliviando-se do calor em piscinas de plástico. Domingo.
Na porta de seu barraco de madeira úmida, o biscateiro Edson do Carmo dos Santos, 36 anos (aparência de 50), cinco filhos e três netos, me falou de seu sonho: ter uma conta de luz.
- Para a gente poder chegar numa loja lá embaixo e comprar uma mercadoria.
Ele só lamentava não ter ainda coragem de sair à noite:
- Até agora não tenho nada do que reclamar dos PMs, mas ontem a cerveja acabou, e não fui comprar. Sabe como é...até provar que focinho de porco não é tomada...fica a palavra deles contra a minha e como morto não fala...
Claro, ainda há alguns constrangimentos. Depois de tantos anos entrando ali só para dar tiros, é natural que os 120 policiais que ocupam o morro despertam medo e desconfiança em muitos moradores, principalmente nos jovens e nas crianças. Alguns adolescentes lamentavam a ausência de bailes funk e a presença constante dos PMs próximos às suas rodinhas. Disse a eles que, se querem cidadania, terão de se acostumar.
Os idosos, porém, estão adorando. Não há mais no ar o silêncio nervoso que precede um tiroteio. Os traficantes fugiram, e a PM desfila o seu comando azul pelas vielas chefiada por uma mulher - tinha que ser - a capitã Priscila.
- Alguns já me dão bom-dia - comemora a policial.
O ar que se respira no Santa Marta hoje é leve. As pessoas andam de cabeça erguida, visivelmente felizes por receberem atenção do poder público, e não mais apenas os seus caveirões blindados. Depois de 70 anos de abandono, por todos os lados há operários do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)a construírem novas moradias, creches, escolas profissionalizantes. E a reconstruírem a autoestima de milhares de pessoas que, apesar de nunca terem cometido crime, haviam sido condenadas à indigência, à sujeira e ao abandono, como ainda ocorre em cerca de 600 favelas.
É hora de os cariocas bem nascidos conhecerem a hospitalidade do Santa Marta.
Vão se deparar, é verdade, com muitos valões a céu aberto, crianças com o nariz escorrendo e a barriga inchada de vermes, casas insalubres onde ser humano nenhum deveria viver. Sentir, no entanto, o calor humano, a simplicidade e a receptividade desarmada não tem preço. E cura qualquer depressão.
Por isso no proximo fim de semana, esqueça o shopping center, a praia sempre igual, a orla da Lagoa e as filas do cinema. Vá ver de perto como é linda a vida acontecendo num dia de sol e paz no alto do morro Santa Marta.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Há esperança...


de paz,
entre os desiguais
como ficou provado
no ultimo domingo de sol
horas antes da final.
Sei do risco que corro,
botafoguenses que rastreiam a rede
em busca de infiéis
descobriram esse obscuro blog e nele
uma antiga postagem que colocava
sob suspeita meu DNA e a quantidade
de sangue preto e branco em minhas veias
só porque penso
no que seria do vermelho, se tudo na vida
fosse só preto no branco
Aqui, acho que a imagem vale mais
que todas as palavras.
Não sei como o domingo terminou,
mas pelo calor do prolongado abraço,
acho que as camisas não atrapalharam nada.
Ah, o amor!