domingo, 20 de novembro de 2011

De Cinema



Ontem revi o filme mais delicado e emocionante entre todos os que já vi. Gosto é mesmo pessoal, mas achei que não custava lembrar, já que não foi um sucesso retumbante, para quem não viu, embora rever seja até melhor: Finding Neverland – aqui, Em Busca da Terra do Nunca. Merecia todos os prêmios, se os prêmios fossem mesmo de quem merece ganhar. Com Johnny Depp, ainda mais que perfeito.
Não saberia dizer se gosto do meu nome, mas tenho uma alegria extra com essa história por Vanda ser uma versão de Wendy, e pensando nisso me dei conta de que a minha mãe acreditava, de verdade, em Neverland. Poderia ser uma fuga pelos deveres do mundo adulto, real e adverso, mas não, era por temperamento e imaginação, que ela conservou até o fim. Sonhar às vezes custa, sim, mas quem nasce com o dom de sonhar não escolhe, vai ser sempre iluminado.
Indo para o outro extremo, tinha visto na véspera um filme semi-documentário daqueles que jornalista gosta, mas que a maioria não deve conhecer, afinal, The Phenix City Story é de 1955, mas foi lançado em DVD na coleção Film Noir. Espanta ver no Alabama uma cidade com a barra pesada tão conhecida de quem vive no terceiro mundo, com toda a sorte de crimes sórdidos e truculentos, assassinatos, jogatina, lei do mais forte imperando, polícia comprada e conivente, até que aparece gente com coragem para botar pra quebrar, não revidando, mas com cabeça e sangue frio para conseguir impor a lei e a justiça. Não é só um discurso bom, é um filme bom, e apesar do contexto violento, também fala de sonho – nu e cru, mas carregado de idealismo. Sonho de verdade não é fuga, é escolha, e sempre demanda coragem. Coisa que a gente tem mais quando é jovem, mas mesmo muito cansada como ando agora, acho que existem uma frestas, umas brechas, uns fachos de luz para quem procura, mas é preciso acreditar no Peter Pan... saber, a gente nunca sabe, a questão é acreditar mesmo.