quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TOC, TOC, TOC



Penso que meio mundo tem um pouco de TOC, ou será que eu penso isso porque eu devo ter? Acho que a era digital acentuou essa síndorme, porque agora, quando você olha o relógio e vê 1:11, ou 2:22, vai me dizer que não acha que isso quer dizer alguma coisa, ou se sente compelida a fazer um desejo, só porque olhou no relógio naquela hora e não às 3:34! Não? Então eu tenho mesmo TOC.
Eu seria o paraíso dos numerólogos, se me dispusesse a procurar algum. Não vou, fiquei decepcionada quando recebi umas informações prêt-a-porter não solicitadas em que, entre outras coisas, condenavam o número quatro. Tinha acabado de voltar da China e lá me contaram que o estigma do número quatro se devia ao fato da pronúncia desse algarismo em chinês ser muito parecida com a da palavra morte. Da mesma forma com que os números de telefones com muitos números oito eram valorizados, pela energia circulante, os com quatro não eram aceitos, pelo mesmo motivo que muitos prédios não tem o quarto andar. Não é coisa de chinês, é coisa universal, pois em Nova York o andar que costumam suprimir em muitos prédios é o 13º.
Sendo assim, por que é que no Brasil, onde falamos português, o quatro também seria estigmatizado?
Não vou generalizar, melhor deixar os numerólogos ganharem seu dinheiro em paz, mas quando vejo uma letra indevidamente dobrada em algum nome, agredindo o idioma, fico injuriada. E lembro sempre da Lady Francisco que virou Franciscus. Será que a vida dela ficou mais alegre depois disso? Nunca saberei. Só sei que esse numerólogo que me chegou por meio de sua assessoria adiantava que se você morasse num apartamento em que a soma dos números do seu prédio e seu apartamento resultasse em quatro, melhor se mudar. Moro num assim há trinta anos, o que fazer? E arranjei um novo endereço em que a soma, da mesma maneira, é treze, e reduzindo com se faz, o resultado é...quatro!
Concluindo: não vou mudar meu nome para Wanda com W, fui feliz aqui e e serei feliz lá também (e que os chineses não me ouçam!)