segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Essencial, imortal e infinito
O que arde cura, o que aperta, segura - por que agora esse pensamento saído de um tempo em que se acreditava em certezas, e se havia sofrimento, maior era a garantia?
Como também já houve o tempo da taquigrafia, da datilografia, do mimeógrafo, e por que não, da máquina de escrever, embora não esteja assim tão extinta quanto estão os dinossauros. Eles não andam mais por aqui mas deles ainda conservamos muitos ossos, e também há quem se dedique a eles com devoção.
O que podemos considerar que seguramos e nos é assegurado num mundo mutante e na corda bamba, que passa celerado assustando tanto o passado? mas que conserva seus dinossauros e dinossauros humanos ainda movidos à devoção?
O ritmo e as mudanças podem até assustar, mas são, deveras, razão para assombro, pois que ao longo do tempo a humanidade evoluiu e muito, até no sentimento humanitário. Se hoje nos chocamos com aberrações que deveriam ter sido extintas em algum lugar do passado, é porque a evolução é o padrão, e é o que se espera da humanidade, sempre. A evolução e o passado não se estranham, já que estão sempre consequentemente ligados.
Tenho me voltado demais para o passado, desenterrando histórias de avós e bisavôs, e não foi nem ideia minha, portanto se existem pessoas querendo saber de bisavôs e de seus feitos, se em nome da História se olha para trás, a celeridade, a ousadia, a impessoalidade, o descompromisso, as desamarras, a inconstância, a fila que anda, anda, anda, não teriam também sua cota de dias contados? Será que o mundo, que não sabe mais o que fazer com o seu lixo, tanto lixo, reserva um bom lugar para uma quimera?
Quisera. Quem dera.
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