segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Além do jardim
O Brasil é o país do futebol, e isso fica mais claro no período de eleições, quando as torcidas ficam ainda mais cegas, as pessoas ficam menos transigentes e muito, muito mais passionais. Sentido não faz, mas alguém discorda? Não tenho ligação nem sou filiada a partido nenhum. Gosto também de mudar de ideia, mas para a presidência votei sempre no PT, e não acho que tenha perdido meus votos, mesmo considerando os desacertos. É também a escolha de quem procura ficha limpa, e compreende que não é o regime que não é democrático, é o país, e isso não se muda em uma década. Esperava que fizessem mais? Esperava. Mesmo assim, o PT transformou esse país. E se o que se procura é realmente um pouco mais de justiça social, o Brasil já foi muitíssimo pior, num passado muito recente para estar sendo esquecido. Permitindo que o povo tivesse visibilidade, passasse a existir, fez mais pela saúde do povo do que se tivesse coalhado esse país de hospitais e postos de saúde.
Não tive nenhum lucro direto com governo nenhum, e muito menos com esse, aliás pelo contrário, posso dizer com certeza. O preconceito é bruto do lado de cá do túnel, é um partido estigmatizado, amigos se afastam, você deixa de ser "um deles". Mas não sou cega, e procuro ser justa, o país todo lucrou, aliás, quem mais lucrou é quem faz a campanha mais cerrada contra o PT. Vai entender.
Se já compartilhei na minha diminuta rede postagens sobre a Marina é porque acho que pode interessar até a quem pensa em votar nela, mas pode querer, como eu, mais informações sobre a nova Marina, porque ela está mesmo muito mudada. Aliás, ela muda muito, ninguém pode negar, e isso sim pode ser de assustar numa candidata. Chega falando em escolhas e se anuncia como nova, mas nova como, se escolheu se cercar do que a gente já conhece de outros tristes carnavais, estão aqui há quinhentos anos e não nos servem. A quem servem? Mas papel, teclado e microfone aceitam tudo.
Todo mundo sabe ou deveria saber que sem o apoio do Congresso ninguém aprova nada, não consegue governar, e eu me contento com o que é possível, e para conseguir algum a renovação, não basta querer, alianças tenebrosas são inevitáveis, e às vezes nem assim, não se consegue e pronto. É impossível agradar a todos, e acertar sempre. Não acho que ninguém esteja parado, mas aqui se mistura muito os poderes dos três poderes, e a culpa acaba sendo sempre toda da presidência. É, no entanto, situação completamente diferente quando o seu núcleo mais próximo é formado por gente que mete medo pelo que fez no passado e até pelo que anuncia agora, mas ah, a gente torce, e acredita, e se ilude mesmo, tipo me engana que eu gosto.
Ideologia, essa não muda. E falta de generosidade também é coisa nossa. Como assim, todo mundo pode ter acesso ao que a gente já nasceu tendo?? O mundo não comporta, mas comporta desigualdade.
Odeio baixaria, detesto ver ofensas irresponsáveis e gratuitas, mas mesmo sem querer passamos a última década sendo martelados por muita informação desse tipo, e evidentemente isso eu não compartilho. Ninguém precisa ler o que não quer, mas a verdade é que o Brasil, além de passar por uma revolução, não foi para o buraco, como já tinha ido antes mais de uma vez. E olha que o mundo sacudiu pra valer. Ninguém teria feito melhor.
Pode ser que prefiram agora mudar, ver para crer, mas ainda não acredito, porque nesse momento, e pelo que já constatamos em eleições passadas, as pesquisas também têm suas torcidas. Depois se ajeitam, embora muitas vezes tenham sido completamente desmoralizadas pelas urnas. Mas falta de memória também está nos nossos atributos mais recorrentes. Quem viver verá.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário