domingo, 16 de setembro de 2007


O amor? Pássaro que põe ovos de ferro.
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Despedir dá febre.
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Viver é muito perigoso.
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Homem foi feito para o sozinho?
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Ciúme é mais custoso de se sopitar do que amor. Coração da gente – o escuro, escuros.
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Coração mistura amores - tudo cabe.
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Desespero quieto às vezes é o melhor remédio, põe a criatura solta. Medo agarra a gente.
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O sertão é do tamanho do mundo.
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Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.
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Amizade dada é amor.
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A colheita é comum, mas o capinar é sozinho.
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Esquecer para mim é quase igual a perder dinheiro.
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Um sentir é do sentente, mas outro é do sentidor.
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O sertão está em toda a parte.
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Sertão é o sozinho.
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Sertão: é dentro da gente.
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Sei de mim?
Cumpro.

Grande Sertão: Veredas João Guimarães Rosa 1956


(rosas em um quintal no Assentamento São Francisco, sertão de Minas)
Fui rever a exposição, agora no MAM, para levar a tia Dedé, colega do Guimarães Rosa no Itamaraty, onde ele trabalhou por vários anos no Departamento de Fronteiras. Costumavam tomar juntos o mesmo lotação para Copacabana, em tempos mais singelos e mais tranquilos no Rio.
Fui premiada: Rosa e sertão fazem tão bem à alma quanto um banho numa vereda, e ainda deixam a necessidade urgente de uma nova visita - ao Rosa e ao sertão.

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