quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
O que é novo no ano novo
Se memória é emoção, a mais grata que guardo das festas de fim de ano é a do Bolo de Reis, com uma surpresa escondida, que todas as crianças da casa queriam adivinhar onde estava, para que ela viesse na nossa fatia, o que permitia fazer um desejo. Leio hoje que a inclusão do brinde foi proibida na União Européia, alegando motivos de segurança. Que tempos! Espero que isso não tenha abalado o costume português, por aqui desde o Brasil colônia. Basta que o bolo seja local, e não terá que passar por nenhum detetor de metais. De preferência, feito em cada cozinha, e que seja um bolo simples, como era na minha casa de criança, comido quentinho com manteiga.
O esquilo de porcelana que a minha mãe escondia como prenda e que tinha que voltar para o bolo a cada 6 de janeiro, se perdeu no tempo.
O meu bolo foi sendo incrementado, com vários pequenos objetos de metal, bem embrulhadinhos em papel alumínio, representando: fortuna com uma moeda, amor com um anel, viagem com uma ficha do Hilton, sabedoria com uma coruja de cerâmica, a lembrança mais próxima do nosso esquilo da infância. Tenho, acumulados, muitos créditos com os achados arqueológicos do Bolo de Reis. Os tempos mudaram tanto, e no entanto, a torcida, a surpresa e a fé em conseguir o que as prendas nos garantem continuam iguais, passadas de mãe para filha. Certeza mesmo, só os quilinhos a mais que essa procura nos traz, mas novo, é a gente que faz.
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Um comentário:
Neste ano, qdo fui comprar o baclhau da ceia, vi um Bolo de Reis e resolvi comprá-lo. A moça da Gruta de Sto Antonio me explicou td a história e inauguramos assim mais uma tradição entre as amigas com quem partilhei o bolo. Agora, além do bûche de Noël, chegou mais esta delícia para ficar nas nossas festas. Foi um prazer - como sempre! - ler seu relato. Ah, belíssimas também as fotos da minha São Paulo querida...Abraços e...já é 'feliz aniversário'?? O meu é no próximo dia 14. ;-)
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