terça-feira, 8 de abril de 2008
A justiça
"Podem-se classificar as virtudes em duas categorias. Aquelas pelas quais se visa ao próprio bem e aquelas que visam ao bem dos outros.
Nas primeiras estão a temperança, a força, a prudência, a honra, a esperança etc.;
entre as segundas encontramos a generosidade, a caridade, o devotamento, a liberdade etc.
Mas a justiça é uma virtude estranha. Parece-me que ela não entra em nenhuma das duas categorias. O homem justo não visa a seu próprio bem nem ao bem dos outros uma vez que se considera a si mesmo um outro e trata cada outro como a si mesmo. Aquele que é justo nos seus julgamentos, julga de maneira imparcial, sem favorecer nenhuma parte nem a si mesmo...
A justiça é uma virtude “cega” a quem ela se dirige. Daí o paradoxo: a justiça é um sentimento inteiramente voltado para o outro, atento aos outros, mas totalmente cego aos outros, à sua singularidade, à sua pessoa."
Francis Wolff, professor de Filosofia na Universidade Paris X e na Escola Normaol Superior. Vida Vício Virtude / Casa do Saber
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