sexta-feira, 8 de junho de 2007

Contramão e contramarchas


O que fazer com o impulso de escrever, que me assaltou no Carnaval de 2004, depois de cruzar a avenida numa ala chamada Utopia? Acabei aceitando a idéia, que rejeitava, de fazer um blog. Diários, escrevi vários na adolescência, para mais tarde queimar. Diários só interessam a quem escreve, e se não me interessavam mais, para que guardar?
Para que escrever então, se a cada dia acordo de um jeito, e rejeito o que escrevi no passado?
Escrever, com ou sem ambição de fazer literatura, é um bom exercício mental, um ato de reflexão, um luxo a que a gente não costuma se dar – agora, só se gasta tempo com o que é premente e objetivo. O meu objetivo é ser precisa no que quero dizer.
Acho que viver num mundo que muda tão rápido produz duas sensações:
a de achar que tudo é efêmero e não vale perder muito tempo com nada,
e a necessidade, em algum momento da vida, de digerir o que vimos e vivemos. Namoro a primeira, mas abraço a segunda.

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